15 de mai. de 2013

20/80/12


Eu tenho me sentido muito velha ultimamente. Pode ser o aniversário de 20 anos a apenas 5 meses de distância, ou finalmente ter que trabalhar e pagar (algumas) contas, ou ter que me preocupar com uma carreira, ou que vou ter que fazer quando terminar a faculdade, ou uma sensação recorrente de “vi tudo, sei tudo”, ou uma combinação de tudo isso. Antes, apesar de ter todas essas expectativas, não era algo tão concreto. Agora parece até que estou atrasada em relação a tudo isso.
O problema não é crescer ou envelhecer, mas cada vez mais o tempo parece passar mais rápido, as responsabilidades se tornam mais numerosas e urgentes, e tudo parece incompleto pelo caminho. As coisas que eu deixei de fazer. As coisas que eu não consigo mais prever ou controlar. As coisas que eu deixei de falar. E, no final, cansaço.

Essa crise de 1/5 de idade (ou seria 1/4?) tem realmente tirado meu sono. Minha vida virou um paradoxo, pois eu quero tudo e não quero nada ao mesmo tempo. Não posso, mas quero, e quando posso, estou cansada demais para tentar. Sempre fui inconstante, só que nenhum aspecto atual da minha vida tem facilitado esse meu lado. Não posso estar chegando aos 20, e sim aos 80. A morte deve estar tão próxima.
Urgência. Sim, todas as minhas necessidades agora são urgentes. Por isso não posso mais esperar como antes eu esperava. Meses, anos. E por isso, eu resolvi me adiantar. Meus quase vinte anos não permitiriam mais que eu esperasse para sempre que algo acontecesse. O controle era meu, e dessa vez não mais haveria coisas incompletas pelo caminho. Dessa vez eu falei.
Uma pequena pausa no fluxo de ideias para falar algo ainda mais importante: eu falo e não falo ao mesmo tempo. Eu sou tagarela, falo o tempo todo e toda hora, sobre tudo. Eu tenho que estar no meio das conversas e tenho que dar minha opinião. Mas eu nunca falo sobre mim ou sobre o que eu sinto. Eu nunca vou assim tão fundo porque são sempre coisas tão difíceis de lidar que eu simplesmente ignoro e continuo. Bem, mas vamos continuar...
O mais engraçado é que, apesar de todas as consequências negativas de ter falado, isso teve um efeito benigno ainda maior. São 9:45 do dia 14/5 e eu estou aqui, no meio do horário de estágio, com tarefas a fazer e um release a terminar e simplesmente não consigo fazer nada. Precisei parar e escrever tudo isso, algo que não faço há meses por causa da urgência do resto da minha vida. E isso porque eu não consigo me concentrar em outra coisa que não seja você, ou melhor, o que eu sinto por você. Clichê, piegas, infantil. Estou igual a uma adolescente de 12 anos apaixonada, que eu praticamente não fui e achava que nunca mais seria a beira dos meus 20 anos.
Mas a vida resolveu me pregar uma peça e, num dos meus momentos mais desesperadores, resolveu me mostrar que todo o resto não era o que eu pensava. Eu não estava ficando velha, muito menos morrendo para o mundo, mas estava tão jovem quanto poderia estar a anos atrás. Na verdade, ainda mais, porque já faz uns cinco anos que eu não sinto nada parecido com o que eu estou sentido agora. A verdade ainda maior é que não me lembro de sentir algo assim há ainda mais tempo, ou talvez nunca tenha realmente sentido.
Contrariando todas as minhas crenças e toda a minha razão, eu estou aqui desabafando da forma mais clichê possível o sentimento mais infantil e bobo que eu poderia ter, mas que também é o mais verdadeiro. E isso me faz sentir mais viva do que antes. Não ligo mais para o que vai acontecer com ele, com você, com nós dois. O importante é que ele existe.
Ok, mas talvez eu ligue um pouco para o que vai acontecer daqui para frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário