20 de out. de 2012

Walking down some cobbled street

Faltavam 10 minutos para meia-noite e meu aniversário, era mais uma sexta que acabava e eu não estava me divertindo como imaginei até então. Caminhava rapidamente, queria chegar antes que o dia mudasse graças a uma sensação de que somente ali conseguiria estar segura. Foi durante esses passos que eu comecei a recapitular tudo que tinha acontecido até então, algo típico de aniversários. Foi olhando para trás que eu queria apressar o futuro instante de chegar.
É engraçado pensar nos seus aniversários anteriores. Finalmente ter 18 anos foi uma das melhores sensações da minha vida e tudo que eu queria era comemorar, e comemorar, e comemorar mais um pouco. Queria baladas, festas, agito, ou seja lá como os jovens chamam hoje em dia. Mas nada disso aconteceu, e tudo foi mais do mesmo. Foi divertido, sempre é com os amigos que eu tenho, porém eu sentia como se agora finalmente pudesse abraçar o mundo inteiro e estivesse deixando a chance passar. Eu não queria deixar a minha juventude de lado. Durante tantos aniversários eu havia imaginado esse dia de liberdade, mas só conseguia perceber que ainda não era realmente livre. E os 18 passaram.
Em um ano tanta coisa aconteceu que parece que passou pelo menos o dobro de tempo desde então. Eu passei a fazer as coisas que tão ansiava nessa nova fase da minha vida. Besteira tentar enumerar tudo aqui, mas eu sentia como se estivesse vivendo. As novas experiências queimavam dentro de mim, combustível para uma intensidade nova e maravilhosa. Claro que não vi e vivi tudo que o mundo oferece, mas era como se fosse assim; Só que com o tempo, o fogo foi apagando. Nada era realmente novo, sempre mais do mesmo, e isso passou a me cansar. Comecei a imaginar os próximos 5 anos, pensei se seria tudo assim. Afinal, eu era jovem, eu podia e queria fazer as coisas de jovens, mas isso começou a me irritar profundamente. Eu tinha fome, eu precisava do combustível, mas o que tinha a minha disposição já não mais servia.
Finalmente comecei a me sentir velha. Acredito ser uma crise do tipo "Os 20 estão logo aí e o que você fez da sua vida?", mas ela não parece que vai embora tão cedo. Meu aniversário de 19 anos prometia ser o mais diferente e empolgante até então, mas no fundo isso não me empolgava. O melhor presente nesse momento teria sido poder olhar o futuro e ver se aquilo que eu estava construindo estava certo, ou se ao menos eu tinha um futuro. Todos esses pensamentos cruzavam minha cabeça nos poucos minutos da caminhada mais exaustiva que eu tive. Meia-noite, eu chegava no meu destino e já recebia meu primeiro parabéns. Acredito que pela primeira vez, ele não foi do meu pai ou da minha mãe, e devido às circunstâncias, isso só piora o estado das coisas.
Era meia-noite e eu finalmente estava em casa, e me sentia mais velha do que deveria.